No mês em que se comemora o Dia Mundial do Sono, neurologista explica o porquê noites mal dormidas causam enxaqueca
São Paulo, março de 2023 – Se você sofre com enxaqueca e ainda não descobriu qual a origem dessas dores, pode ser que elas estejam relacionadas a qualidade do seu sono e você nem imagina. Isso mesmo! As dores de cabeça, principalmente as enxaquecas, têm relação direta com o sono. Por isso, neste mês de março, quando é comemorado o Dia Mundial do Sono (dia 17), vamos entender sobre qual a importância de dormir bem para ficar livre das dores.
Para a Dra. Natália Longo, neurologista pela Santa Casa de São Paulo e neurofisiologista pelo HCFMUSP, é preciso esclarecer que uma boa parcela das pessoas que convivem com a enxaqueca não se considera doente e acaba não buscando ajuda médica. E o que poderia ser tratado de maneira simples, acaba se tornando um grande problema na rotina da pessoa.
“A enxaqueca é na maioria das vezes uma dor unilateral e latejante que pode ser tão intensa a ponto de impedir tarefas diárias básicas, quando acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade ao som e à luz. Mesmo assim, as pessoas tendem a tratar como algo natural de família ou apenas relacionado a rotina intensa daquele dia. O mesmo acontece com o sono de má qualidade. Às pessoas o tratam como algo corriqueiro e não como uma questão de saúde. Isso pode atrapalhar a qualidade de vida, tanto do paciente como da família”
– Alertou.
Para não arrastar o problema por meses, a melhor opção é procurar por um médico neurologista e marcar uma consulta. Em alguns casos, apenas pelo relato pessoal do paciente é possível diagnosticar a privação de sono como a principal causa para o paciente estar tendo crises de enxaqueca.
Segundo a especialista, alguns tipos de dores de cabeça estão relacionados ao ciclo hormonal do organismo e o mesmo acontece no ciclo sono e vigília, quando a desregulação do sono é um gatilho para a crise de enxaqueca.
Em alguns casos, as crises de enxaqueca chegam a despertar o paciente no meio da madrugada com dores muito fortes. O tratamento geralmente envolve medicamentos profiláticos e medicamentos para aliviar as crises. Em alguns casos há a prescrição de melatonina para ajudar na regulação do sono e na dor de cabeça.
As orientações mais importantes são que o paciente mantenha uma rotina de sono, dormindo e acordando mais ou menos no mesmo horário todos os dias e faça uma preparação antes de dormir, conhecida também como higienização do sono. Usar técnicas de relaxamento, ficar longe das telas e preparar o ambiente adequado para sinalizar ao organismo a hora de dormir auxiliam bastante no processo. Além do controle do estresse, da boa alimentação e da prática regular de exercícios físicos.
Sobre a especialista
Dra. Natália Longo – médica neurologista e neurofisiologista graduada em medicina pela Universidade Federal do Pará. Residência médica de neurologia clínica na Santa Casa de São Paulo. Título de especialista em Neurofisiologia pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC). Fellowship no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) em neurofisiologia com ênfase em epilepsia, eletroencefalograma e videoeletroencefalograma.