Segundo o terapeuta transpessoal Robson Hamuche, fenômeno começa a ser contornado quando o indivíduo que se autossabota conscientiza-se das próprias limitações e assume a responsabilidade pelos próprios atos
Atrasar-se para uma prova importante, por ter acordado tarde; furar a dieta, convencendo-se de que um pedaço pequeno de bolo não é o que vai fazer você engordar de verdade; procrastinar e não conseguir entregar no prazo estipulado aquele relatório importante do trabalho. Praticar ações e cultivar comportamentos que, sobretudo, geram prejuízos a nós mesmos é um fenômeno comum que recebe o nome de autossabotagem. Nesse sentido, autossabotar-se é querer ter o desejo intenso de ser bem-sucedido e feliz e, ao mesmo tempo, comportar-se de uma maneira que impede de obter êxito em sua intenção.
Segundo o terapeuta transpessoal, escritor, e idealizador e sócio proprietário do hub de autoconhecimento Resiliência Humana, Robson Hamuche, a autossabotagem costuma ser causada pela baixa autoestima e pela falta de autoconfiança. “Por não acreditar em si mesma, a pessoa se sente incapaz de realizar determinada atividade e na iminência do fracasso se entrega ao comportamento de autossabotagem como meio de lidar com a situação”, explica. Conforme Hamuche, pessoas com essas características (baixa autoestima e falta de autoconfiança) apresentam dificuldades em gerenciar suas experiências emocionais cotidianas, reagindo a eventos, circunstâncias e pessoas de um jeito que impossibilitam o alcance do sucesso pessoal e profissional.
Para quebrar o ciclo vicioso da autossabotagem, recomenda o idealizador do Resiliência Humana, o primeiro passo a ser dado é conscientizar-se das próprias limitações e responsabilizar-se pelos próprios atos. Apenas dessa maneira, segundo Hamuche, é possível ir além, substituindo crenças limitantes por crenças possibilitadoras. Um modo de trazer à tona bloqueios mentais inconscientes, que geram o medo de situações novas e desafiadoras, é através de ações que promovam a conexão da pessoa com seu ser, tais como meditação, limpeza de pensamentos e emoções negativas, afirmações positivas.
De acordo com o terapeuta transpessoal, além de pensar positivamente, acreditando que consegue ser bem-sucedido naquilo que se propõe, para vencer a autossabotagem, é essencial ter resiliência psicológica, entendida como a capacidade dos indivíduos adaptar-se a mudanças e resistir a adversidades. Hamuche explica que quem é resiliente, persevera nas circunstâncias mais delicadas, resiste a frustrações, fortalecendo-se mentalmente, para evitar sabotar-se diante de cenários desafiadores.
Buscar neutralizar a influência que outro exerce em suas ações também é de suma importância para evitar que as pessoas se sabotem. Segundo Hamuche, ao aprender dizer “sim” a si mesmo, tornando mais vigorosa a autoconfiança, a pessoa simultaneamente aprende a dizer “não” às pessoas que desejam semear dúvidas, influenciando negativamente à sua missão. O terapeuta transpessoal ressalta que a preocupação em agradar o outro é um grande empecilho em momentos de decisão, pois afasta o indivíduo daquilo que ele acredita ser o mais correto a fazer a fim de alcançar o objetivo proposto.
Dicas e exercícios para evitar o auto boicote
No Instagram do Resiliência Humana, página que tem mais de 12 milhões de seguidores, Robson Hamuche fornece dicas para quem deseja se munir de ferramenta a fim de evitar o auto boicote. Um de suas principais recomendações nesse sentido é para que a pessoa investigue os mecanismos da autossabotagem. “Você consegue identificar uma mentira que conta para si mesmo? Reflita sobre como ela atrapalha sua vida. Reflita como sua autossabotagem funciona”, diz.
Ponderações sobre medos e crenças que fazem o indivíduo encher-se de dúvidas no momento de agir e que por isso aumentam as chances de ele errar também estão contempladas na página do portal de conteúdo voltado para o autoconhecimento. Hamuche orienta, por exemplo, a pessoa a indagar-se a respeito de seus maiores medos, buscando dar uma nota para cada um deles, para verificar, se durante o processo, esses medos diminuem de tamanho. O terapeuta aconselha também a analisar profundamente um medo, procurando suas raízes e formas de superá-lo. A respeito de crenças limitantes aprendidas na infância, Hamuche encoraja o indivíduo a refletir sobre o que essa crença significa realmente para ele.
Com o intuito de mitigar o sofrimento ocasionado por medos e frustrações que levam a autossabotagem e a diminuição da autoestima e autoconfiança, Hamuche propõe o seguinte exercício: “Pense em algo pelo qual se pune frequentemente por não conseguir fazer da maneira que gostaria e exercite o auto perdão”. Isto porque martirizar-se por erros cometidos no passado só fará com que a pessoa arraste uma corrente que a impedirá de ser bem-sucedida no presente e no futuro.
A fim de evitar a hesitação que pode levar ao erro, Hamuche incentiva o indivíduo a encher-se de certeza e energia positiva. “Hoje coloque dentro de você o sentimento de confiança. O universo conspira a seu favor sempre”, diz. Pois, conforme o terapeuta transpessoal, somente nutrindo a autoconfiança dentro de si o indivíduo consegue dar o passo inicial, imprescindível para qualquer empreitada “Comece algo que você está adiando há tempos. Não tenha medo de ser um iniciante”, encoraja.
A importância do planejamento para que as ações saiam do mero campo das ideias e se concretizem de maneira bem-sucedida também é enfatizada pelo idealizador do Resiliência Humana. Àqueles que ainda não formularam um plano de vida claro e bem definido, Hamuche sugere colocar no papel seu desejo de alma, permitindo que seu corpo o realize. Para quem dar o primeiro passo é muito difícil, como se uma força o impedisse de agir, o terapeuta transpessoal aconselha a escrever todas as desculpas que costuma dar no sentido de que os planos não sejam colocados em prática e as metas não se concretizem.
Diante da indecisão, existe uma tendência de as pessoas serem consumidas pelos diversos questionamentos sobre o que os outros vão pensar. Segundo Hamuche, colocar-se em primeiro lugar é a melhor forma e escapar dessas dúvidas. Pensamentos negativos e pessoas pessimistas vivem colocando os outros para baixo. Para se livrar dessa influência nociva, o terapeuta transpessoal ressalta a importância de o indivíduo identificar pessoas tóxicas ao redor, encontrando maneiras de neutralizar o efeito causado por elas. Especificamente sobre pensamentos nocivos, o idealizador do Resiliência Humana recomenda: “Exclua as seguintes expressões da sua vida: ‘Que inferno!’; ‘Parece que isto não acaba mais; ‘Desgraça atrai desgraça’; e ‘Se melhorar, estraga’. E qualquer outra metáfora que atraia negatividade”.
Robson Hamuche
Terapeuta transpessoal é idealizador e sócio-proprietário do Resiliência Humana. Cursou Engenharia Civil na Universidade Presbiteriana Mackenzie e reúne formações em Psicologia Transpessoal pelo Instituto Serra da Portaria; em técnicas de Expansão de Consciência pelo Instituto Tadashi Kadomoto; em Rebirthing pelo Instituto Brasileiro de Renascimento; e em Constelação Familiar Sistêmica pelo Instituto Bert Hellinger.
Estudou Experiência Somática com o Ph.D. e psiquiatra clínico norte-americano Peter Levine e certificou-se como Practitioner em Programação Neurolinguística pela Sociedade Brasileira de Programação Neurolinguística.