Vida longa aos rins!

Saúde

Viver mais é um desejo que a humanidade carrega consigo desde sempre. A ideia de desfrutar de uma vida eterna está marcada no imaginário popular em forma de lendas, de estórias de ficção e também nas escrituras sagradas. A ciência, por sua vez, é repleta de estudos que, na prática, impactam no tempo de vida de diferentes indivíduos. E, no fim das contas, o objetivo em certa medida é esse mesmo.

Hoje existem inúmeros procedimentos, métodos e hábitos saudáveis que ajudam a prolongar o tempo de vida. Mas é perceptível a relação entre o aumento da longevidade e a saúde dos rins. Sim, qualquer que seja o caminho que garanta o sucesso do projeto de viver por mais tempo, é fundamental que os rins façam parte dele.

Não é à toa que as recomendações médicas sobre o consumo de água aumentam à medida que as pessoas vão envelhecendo. A desidratação gradativa da pele é o sinal mais evidente da falta dessa mesma longevidade. E o desempenho renal tem influência direta em todo o contexto da saúde, da qualidade e até da expectativa de vida.

Em primeiro lugar porque o papel mais importante e conhecido dos rins é a filtragem do sangue. Esses órgãos eliminam as toxinas presentes na corrente sanguínea, conduzindo-as através da ureter até a bexiga, de onde é expelida em forma de urina. Entretanto, sua atividade vai além disso. Os rins também controlam o equilíbrio dos minerais e de outros líquidos presentes no organismo, regulam a pressão arterial e a formação de sangue e dos ossos, este último por meio do controle de cálcio.

Ao elencar essas funções, damo-nos conta de que alguns dos problemas mais recorrentes da terceira idade passam essencialmente pelos rins. A pressão arterial tem influência direta no funcionamento do coração.

O descontrole dos sais minerais no organismo pode acarretar uma série de doenças, como cálculos renais, arteriosclerose e diabetes.

Já a dificuldade de filtragem do sangue é o que caracteriza a insuficiência renal, cujas consequências são a diminuição da produção de urina, retenção de líquidos, fadiga e falta de ar provocadas por um quadro anêmico, dores de cabeça, sonolência e dores musculares e ósseas. E todos esses problemas surgem de maneira lenta e silenciosa, o que faz com que os diagnósticos em torno dos rins costumem ser mais demorados e, quando detectados, sejam também tardios.

Isso remete novamente à introdução, quando tratamos do prolongamento da vida. Há algumas funções do organismo que são primordiais para essa finalidade. É elementar mantê-lo em pleno funcionamento, e num controle rigoroso de todo o sistema, para que funcione adequadamente. Esse controle é papel dos rins, que devem receber um check-up periodicamente. O segredo da longevidade começa também pelo sistema excretor.

O autor é Dr. Lucas Fulgêncio, médico nefrologista do Hospital Felício Rocho – lucas.filogonio@gmail.com

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