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Dia do Autismo: “pacientes sem resposta a tratamento convencional podem tentar CBD”, explica neurologista

Saúde

Segundo o professor Dr. Rubens Wajnsztejn, presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide, substância pode melhorar o comportamento e reduzir uso de antipsicóticos

No dia 2 de abril, é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, data que busca conscientizar e romper barreiras para as pessoas que apresentam o Transtorno do Espectro Autista sofrem. Estima-se que o Brasil tenha até 2 milhões de pessoas nessa condição. E, segundo o professor de Neurologia da Faculdade de Medicina do ABC, Dr. Rubens Wajnsztejn, cerca de 25% desses pacientes não respondem adequadamente aos tratamentos convencionais, basicamente antipsicóticos. Essas pessoas, segundo o médico, poderiam agregar o canabidiol (CBD) ao tratamento, substância extraída da cannabis e que tem apresentado ótimos resultados aos pacientes e seus familiares.

“O produto à base de cannabis geralmente é bem tolerado e permite redução de dose de antipsicóticos administrados concomitantemente. É comprovado cientificamente que o tratamento com CBD proporciona melhoria da atenção e também redução da agressividade, ansiedade, hiperatividade, oscilação de humor, rigidez e distúrbios do sono”

– Explica o especialista.

Dr Rubens também lembra que pesquisas nacionais e internacionais apontam que o CBD é uma substância segura aos pacientes autistas, sobretudo na sua forma isolada, e não traz efeitos colaterais relevantes como os antipsicóticos, muito menos os efeitos psicotrópicos conhecidos da cannabis. Entusiasmado com os resultados do canabidiol em seus pacientes autistas, Dr Rubens decidiu incentivar as pesquisas com cannabis, e hoje é fundador e presidente da Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC), uma sociedade médica que reúne profissionais do Uruguai ao Canadá. 

Com manifestação na infância e persistência dos sintomas na adolescência e fase adulta, a Síndrome de Transtorno do Espectro Autista caracteriza-se por algum grau de comprometimento no comportamento social, comunicação, linguagem e por uma gama estreita de interesses e atividades que são únicas para o indivíduo e realizadas de forma repetitiva. Pessoas com TEA podem apresentar outras condições concomitantes, incluindo epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O autismo, por não ser uma doença, também não tem cura, mas os sintomas podem ser reduzidos consideravelmente com remédios tradicionais e também com o canabidiol (CBD), sobretudo na sua forma isolada. No entanto, o tratamento com canabidiol ainda enfrenta muitos desafios, como o preconceito por parte de médicos e pacientes e a falta de inclusão do CBD na lista de remédios fornecidos pelo SUS ou planos de saúde, sendo necessária a judicialização nesses casos.

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