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Quer perder peso? Comece dormindo bem!

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O Brasil é um país composto predominantemente por “gordinhos”. De acordo com a Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde, pouco mais de 57% da nossa população adulta estava com o índice de massa corporal (IMC) entre 25 e 30 no ano passado. Em outras palavras, isto significa que 6 em cada 10 brasileiros haviam alcançado o sobrepeso.

Esses números já falam por si, mas vale a pena cruzá-los com outro dado relevante: 73 milhões de pessoas em todo o país sofrem de insônia, segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS). À primeira vista, você pode imaginar que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mas a ciência aponta que esses dois problemas têm, sim, muito em comum. Uma noite mal dormida vai além do cansaço no dia seguinte. Ela interfere na saúde do coração, no metabolismo e na performance dos hormônios.

Para um adulto, 7 horas de sono ininterrupto, seriam suficientes para evitar impactos no metabolismo e ganho de peso. O estudo Wisconsin Sleep Cohort, composto por 1024 voluntários, descobriu que 5 h de tempo de sono habitual, avaliado por polissonografia, estava associado a uma diminuição de 15% nos níveis de leptina matinais, um hormônio que diminui a fome e aumenta o gasto energético e um aumento proporcional nos níveis de grelina, hormônio responsável por estimula a fome. Dessa forma, pessoas que não dormem o suficiente, além de comerem mais, tem prejuízos sobre o metabolismo de gordura.

Acordar no meio da noite, mesmo que por períodos muito curtos, também influencia no ganho de peso. O pico de produção do Hormônio do Crescimento, ou GH, que ocorre sempre no meio da madrugada, depende do sono profundo para acontecer. A diminuição do Gh atrapalha principalmente a queima de gordura bvisceral, aquela que se concentra na barriga e é famosa por ser dificílima de perder.

Não pense que a relação indigesta entre sono e peso corporal para por aí. A insônia também influencia na disposição e energia para o dia seguinte, e os estudos comprovam que o sedentarismo é bem maior em pessoas que não conseguem ter um sono reparador.

Mas o alerta fica para quem acha que usar medicamentos para dormir resolveria o problema, ledo engano. Os medicamentos induzem a um sono não reparador que além de não influenciar nos impactos negativos do metabolismo ainda podem trazer prejuízos para memória e cognição.

É possível, corrigir a maior parte dos distúrbios de sono com chás naturais ou suplementos como magnésio, melatonina e vitamina B e ficar atento a algumas características do ambiente que são cruciais para uma boa noite de sono como, a temperatura que deve estar entre 16 e 21 graus, a iluminação que deve ser totalmente sem luz, e baixo nível de ruído, menor do que 45 dB. Essas dicas associadas à pratica de Mindfulness, uma técnica de meditação voltada à autonomia do pensamento.

Dra. Sarina Occhipinti

A autora é Dra. Sarina Occhipinti, médica com especialidade em Clínica Médica, pós-graduada em Endocrinologia, com curso de Endocrinologia Avançada pela Universidade de Washington, nos Estados Unidos – contato@institutosari.com

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