Quem vê a linda atriz Juliana Paes, atuando e brilhando nos folhetins, sempre com papéis marcantes e fortes, nem imagina que a bela já vivenciou situações extremistas, relacionadas à saúde mental.
A atriz relata que o excesso de trabalho, o consumo intenso de informações e a rotina atribulada contribuíram para o desequilíbrio emocional que trouxe sintomas de taquicardia, choros e angústias recorrentes, além de outras sensações que a levaram para um lugar de muita dor e medo.
A talentosa artista chegou a se isolar por um tempo da mídia para se dedicar ao tratamento psicoterápico, após uma espécie de síndrome traumática seguida de depressão. Mas, como podemos identificar e tratar a ansiedade e o pânico?
A ansiedade surge de um conflito mental e tem uma base biológica, ou seja, já nascemos propensos à ansiedade, que seria uma capacidade de reagir aos perigos que poriam em risco a nossa sobrevivência. Portanto, ela é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça.
Enquanto o medo tem um objeto definido, a ansiedade é uma emoção difusa, voltada para o futuro. No estado de ansiedade a mente cria vários pensamentos negativos e fantasia diversas, cenas temidas.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
Para evitar o aumento dos casos de ansiedade ou diminuir os impactos desta na saúde de um indivíduo, é preciso conhecer o ciclo vicioso que faz com que ela aumente com o tempo.
Conhecendo o ciclo vicioso da ansiedade fica fácil entender que a ansiedade só tem “cura” quando o tratamento vai na sua raiz, mudando assim a percepção do funcionamento dos gatilhos que desencadeiam os ciclos.
Por exemplo, imagine a seguinte situação: você precisa apresentar um trabalho importante, contudo está se sentindo um pouco ansioso e pede para adiar a data da apresentação.
Sua ansiedade diminui e isso provoca uma sensação de alívio temporário. Porém, aqui se inicia um ciclo, pois quando alguma coisa está desencadeando o medo, evitá-la traz uma sensação boa e porque traz uma sensação boa, está reforçando a ansiedade. Portanto evitá-la só vai aumentar sua ansiedade e você ficará refém dela.
Esse ciclo também pode trazer alterações físicas, visto que o corpo reage da mesma maneira para a imaginação ou para a realidade, sentindo-se ameaçado e em perigo, e aciona o mecanismo de luta ou fuga, disparando hormônios que levam aos sintomas ansiosos, última etapa do ciclo vicioso da ansiedade.
Além disso, a percepção dos sintomas ansiosos, nos levam a mais medos como: infartar, enlouquecer, morrer, assim como mais pensamentos e imagens catastróficas, reforçando as crenças negativas e retroalimentando o ciclo da ansiedade.
Enfim, após o acompanhamento psicológico Juliana Paes diz entender melhor a importância dos cuidados com a saúde mental e alerta que precisamos compreender e identificar o que estamos sentindo e buscar ajuda.
Informação e acolhimento são fundamentais, pois dentro de um quadro clínico de ansiedade ou pânico, a pessoa que sofre não vê com clareza quais fatores desencadeiam as crises, já que a raiz do problema pode ser encontrada em diversos pontos, como uma frustração, conflitos pessoais internos, alguma crença, entre muitos outros.
Porém, seja qual for a causa, é preciso aprender a lidar com o que foge ao nosso controle e também desacelerar os processos internos para promover o equilíbrio físico e mental.
Dra. Andrea Ladislau / Psicanalista