Conceito criado há cinco anos por psicóloga visa conscientizar pessoas a resolverem problemas em todas as áreas da vida que envolvem tempo, espaço ou dinheiro
Gerenciar-se corretamente para ter uma rotina de vida mais livre e leve é o desejo de todas as pessoas que buscam plenitude em seu viver. E o que permeia a vida de alguém é um conceito chamado Tríade das Emoções, criado pela psicóloga, especialista em leitura corporal e hipnose clínica Carol Campos. A Tríade das Emoções engloba três elementos comuns e que interagem entre si constantemente na vida da pessoa: Tempo, Espaço ou Dinheiro. “Venho desenvolvendo essa ideia desde o início dos atendimentos clínicos em 2010. Em 2018 a ideia se organizou melhor para chegar nesse formato. Quando alguém vai buscar e entender seus problemas internos, a maior parte deles tem esse eixo comum de tempo, espaço ou dinheiro. Quando eu indago quais os problemas que temos hoje na vida das pessoas, esses três elementos citados estão associados. Essa tríade, quando foi formulada por mim há cerca de cinco anos, partiu da identificação dos pontos comuns que os meus clientes expunham nas nossas sessões terapêuticas. A maior parte deles trazia conflitos e situações desafiadoras relacionadas sempre a tempo, espaço ou dinheiro”, esclarece Carol.
Ao longo desses cinco anos, mais precisamente do início de 2018 até o momento, a psicóloga trabalhou analiticamente essa tríade, com os três elementos incluídos, para conscientizar as pessoas das situações que as prejudicava, identificá-las, e a partir de uma tomada de decisão, as transformar para melhor. “A partir dessa conscientização, a pessoa consegue identificar os desafios que possui e encontrar formas de sair dessa situação por si só. Quando o problema é enfrentado, a situação é analisada, e os meios de solução encontrados. Por isso costumo dizer que a ideia de que ‘terapia precisa ser para sempre’ é errada.” Hoje, cinco anos depois da Tríade das Emoções ser formulada, a realidade que uma grande parcela população vive, com base nas anamneses feitas nos pacientes da Carol Campos, é de que problemas estão sempre ligados a tempo, espaço ou dinheiro. A vontade de mudança que a pessoa busca para solucionar um problema em sua realidade atual, impacta diretamente sua conduta de vida, portanto, é preciso detectar qual o desafio a ser vencido. “Qual o desafio da vida de alguém hoje? Tenho certeza que a resposta é tempo, espaço ou dinheiro, e todos esses elementos estão interligados contribuindo para constantes prejuízos pessoais e materiais se não forem devidamente trabalhados”, afirma a especialista.
Tempo
Esse elemento dentro da tríade foi identificado com base nos atendimentos aos pacientes da Carol Campos. “Muitas pessoas me procuravam, e ainda procuram, reclamando serem procrastinadoras e pouco executoras. Dizem não ter tempo para fazer suas atribuições; que o tempo está mal aproveitado; externam insatisfação de pouco ou nada aproveitamento do tempo; que não são eficazes no que fazem dentro do tempo que têm. Essa realidade é uma demanda real que muito tem chegado a mim. Sentem-se incapazes ou incompetentes. Para os que chegam no fim da vida, reclamam que não souberam aproveitar bem o tempo com a família, em sua carreira profissional, que não alcançaram o resultado pretendido.” Carol diz que com o evento que ela ministra chamado “Planejando e realizando”, ensina pessoas a serem assertivas na organização do tempo. “Uma boa estratégia é trabalhar com bloco de horas para que o planejamento do tempo seja executado com muito mais assertividade de que a tarefa será realizada em tempo hábil. Se eu digo, sem planejamento, que vou estudar 3h por dia – em um período qualquer das 24h – mas estiver cansada, irei me sabotar. Com o bloco de horas, dentro de um período específico do dia, o desempenho daquela tarefa será certo”, ensina a psicóloga. Ela também salienta que esse gerenciamento de tempo, no campo profissional, condiz com o quanto vale o tempo, a hora de uma pessoa. Qual o custo para que ela disponha de tempo na sua vida corporativa. “Tempo é extremamente importante, por isso é necessário saber o que será priorizado, inclusive”, complementa.
Espaço
A maior consolidação desse termo veio com as idas da Carol à Alemanha. “Lá as pessoas não se beijam e não se abraçam quando se cumprimentam – diferente no Brasil, por exemplo, que o contato corporal é frequente mesmo com desconhecidos. Com isso, entendi que o espaço corporal dessas pessoas é respeitado. Ela não quer que outrem ‘entre’ naquele espaço sem ser permitido. Logo, experienciei que a cultura alemã no trato é diferente da cultura brasileira.” No entendimento para a vida como um todo, a especialista elucida que o brasileiro é muito aberto, permissível e expansível. Permite que o outro entre em seu espaço, seja corporal ou relacional. “Nas relações humanas, o espaço físico, como ceder um quarto da casa, por exemplo, ou outro ambiente residencial, tem de ser limitado e informado ao cedido, para que ele entenda que parte do seu espaço foi autorizado a ser utilizado, mas não todo ele. Quando sempre cedemos espaços por completo a alguém, perdemos nossa liberdade, intimidade e até mesmo identidade. A pessoa se sente deslocado em seu próprio espaço, invadido, fora do lugar. Não se sente pertencente ao lugar físico que se encontra.” Outro ponto citado por Carol sobre o elemento espaço, se refere a esses espaços físicos estarem desorganizados que, por sua vez, refletem, muitas vezes, a desorganização mental dessa pessoa se sentindo exatamente deslocada como Carol citou anteriormente. “Nessa desorganização, a tríade se harmoniza. Ela vai perder dinheiro e tempo nesse espaço desorganizado porque, para melhor entendimento do que precisa ser feito, vai ter de investir na contratação de um organizador profissional (personal organizer) e despender de tempo para isso.”
Dinheiro
Esse é um elemento que uns reclamam de não merecer o que têm e outros de não terem o suficiente. “Muitas pessoas que chegam a mim não se sentem merecedoras do que têm, financeiramente falando. Já outras externam não terem dinheiro suficiente, não conseguirem multiplicá-lo, etc. As que precisam de mais dinheiro, almejam estabilidade e segurança financeira. E o tempo é que vai fazer com que ela potencialize suas finanças. Após isso, se sentirão mais satisfeitas.” O espaço também está interligado ao dinheiro no que tange ao espaço da pessoa nas estruturas relacionais e nas organizações corporativas. “Dinheiro é o que mais desorganiza as pessoas e as desgoverna em termos emocionais. Por isso, é fundamental entender qual o seu espaço nas relações e organizações, para que se sinta valorizado e, consequentemente, gerador de mais dinheiro.” Uma dica: o coach financeiro também trabalha com o emocional da pessoa entendendo crenças e quebrando paradigmas com base no histórico familiar. Isso amplia a compreensão do dinheiro na vida de alguém. “O nosso emocional está ligado à família e isso define o que levamos para a vida inteira”, finaliza.
Fonte: Carol Campos é psicóloga, especialista em leitura corporal e hipnose clínica. Seu perfil no Instagram é @carol.campos8
Foto: Fonte internet
