Síndrome afeta de 6% a 12% (até 5 milhões) das mulheres em idade reprodutiva
Nesta semana, a atriz Larissa Manoela de 21 anos revelou ter sido diagnosticada com síndrome dos ovários policísticos, também conhecida pela sigla SOP, condição que provoca o desequilíbrio hormonal e é uma das causas mais comuns de infertilidade feminina.
Segundo a Doutora Flávia do Vale, Obstetra e Coordenadora da Maternidade do Hospital Icaraí em parceria com a Perinatal, a SOP afeta de 6% a 12% (até 5 milhões) das mulheres em idade reprodutiva.
“Esta condição de saúde ao longo da vida continua muito além dos anos de procriação. As mulheres com SOP também são frequentemente resistentes à insulina, seu corpo produz insulina, mas não podem usá-la de forma eficaz, aumentando o risco de diabetes tipo 2. Elas também têm níveis mais altos de andrógenos (hormônios masculinos) o que pode impedir a liberação de óvulos (ovulação) e causar períodos irregulares, acne, queda de cabelo no couro cabeludo e crescimento excessivo de pêlos no rosto e no corpo”, explica.
A obstetra esclarece que as causas exatas não são conhecidas, mas alguns fatores acabam por contribuir para o aparecimento da síndrome, como: os níveis de andrógenos mais altos que o normal, excesso de peso e o histórico familiar – que por sua vez estão relacionados à resistência à insulina.
“É muito comum que as mulheres descubram que têm SOP quando têm problemas para engravidar. Geralmente por volta dos 20 ou 30 anos”, lembra.
Sobre o diagnóstico, Doutora Flávia explica que este pode ser feito se outras causas raras dos mesmos sintomas forem descartadas e a paciente atender a pelo menos 2 dos 3 critérios a seguir:
- Ter ciclos menstruais infrequentes ou irregulares – isso indica que os ovários não liberam óvulos regularmente (ovulação);
- Exames de sangue mostrando que há altos níveis de “hormônios masculinos”, como testosterona (ou às vezes apenas os sinais de excesso de hormônios masculinos, mesmo que o exame de sangue seja normal);
-Exames de ultrassom mostrando que você tem ovários policísticos.
“Apenas ter cistos ovarianos não é suficiente para um diagnóstico. Muitas mulheres sem SOP têm cistos nos ovários e muitas mulheres com SOP não têm cistos”, complementa.
Tratamento
Flávia explica que não há cura para a SOP, mas os sintomas podem ser tratados com a ajuda do ginecologista que irá indicar algumas mudanças de hábitos como a perda de peso e a ingestão de uma dieta saudável e equilibrada.
“Medicamentos também estão disponíveis para tratar sintomas como crescimento excessivo de pelos, períodos irregulares e problemas de fertilidade. Existem também medicamentos que podem ajudar a ovular e tratar a infertilidade. Com o tratamento, a maioria das mulheres com SOP consegue engravidar”, afirma.
Como a síndrome faz com que muitas vezes a mulher ganhe peso, o tratamento poderá incluir medicamentos para prevenir o diabetes e outros para evitar o colesterol elevado.
