Para cair na folia, atenção aos membros garante a diversão, ressalta ABTPé
Está aberta a temporada do samba no pé, com a proximidade do Carnaval. Após dois anos de limitações em razão da pandemia, a festa este ano promete ser de muita intensidade, mas para que a celebração não perca sua típica alegria, é preciso tomar cuidado com os pés, que irão protagonizar as danças das marchinhas e dos sambas-enredos.
A questão crucial para que a diversão não vire transtorno é a escolha do calçado, ressalta o presidente da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé), Luiz Carlos Ribeiro Lara.
“Chinelos e sandálias rasteirinhas devem ser evitados. Eles não protegem os pés das irregularidades do solo e não oferecem o amortecimento necessário para diminuir a sobrecarga articular. Então, podem causar dor no calcanhar, tendinite e fraturas por estresse, especialmente para dançar, já que não absorvem impacto”
– Destaca.
Outro ponto que deve ser lembrado é que esse tipo de calçado não protege os pés de objetos cortantes ou perfurantes.
“Além disso, no tumulto, alguém pode pisar acidentalmente nos pés e, dependendo da pressão exercida na pisada, a pessoa corre o risco de ficar com hematomas ou de até perder a unha”
– Ressalta.
O salto alto também deve ser evitado, assim como o do tipo plataforma.
“Esses sapatos podem ocasionar entorses nos tornozelos que, quando não tratadas corretamente, cerca de 40% dos casos evoluem para sintomas crônicos”
– Ressalta, listando outras possibilidades de problema, como o desenvolvimento de joanetes e calos.
O especialista pontua ainda que, se a unha estiver encravada, é importante buscar um profissional especializado para resolver o problema, antes da folia, pois uma unha dolorida muda a biomecânica da pisada, o que pode causar dores, lesões e alterações musculoesqueléticas importantes.
O presidente da ABTPé salienta a importância de alongar o pé e o tornozelo regularmente e não só no Carnaval, para fortalecimento.
“Os pés são o que nos sustenta, então, é importante que eles estejam fortalecidos. Uma maneira de alongar é segurando suavemente o pé e dobrando o tornozelo e o pé para cima e para baixo, segurado por 30 segundos”
– Fala.
Para quem vai trabalhar nas festividades, o médico lembra que as dicas são as mesmas.
“Com pés fortalecidos e calçado adequado, seja trabalhando ou curtindo, você não se machuca e, ainda, previne problemas futuros”
– Conclui.
Sobre a ABTPé
A Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé (ABTPé) foi fundada em 1975 com a missão de unir a classe médica na especialidade, além de estimular o intercâmbio de informações científicas, fomentando a educação continuada entre os especialistas de pé e tornozelo no Brasil. Também tem a responsabilidade de esclarecer a população sobre os temas relacionados à especialidade.
A ABTPé está à disposição para informações e entrevistas sobre a saúde e cuidados com os tornozelos e pés, trazendo esclarecimentos sobre diversos temas, como acidentes nos esportes com lesões, acidentes domésticos com lesões, deformidades, pé diabético, cuidados com o uso de saltos altos, joanetes, fascite plantar, cirurgia plástica nos pés, esporão do calcâneo, calos e calosidades, metatarsalgia, neuroma de Morton, gota, artrite, entorse, fraturas, entre outros.