Cardiologista do Hospital e Clínica São Gonçalo tem estudo inédito sobre biomarcador para avaliação de risco na fibrilação atrial aprovado para o evento em Brasília, de 20 a 22 de setembro. Trabalho é selecionado entre as 5 melhores pesquisas do ano
No mês em que a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) chama atenção para as mortes por doenças cardiovasculares, o cardiologista Dr. Angelo Michele Di Candia, do Hospital e Clínica São Gonçalo teve seu trabalho aprovado para concorrer a melhor “Tema Livre Oral” do 79º Congresso Brasileiro de Cardiologia, que será realizado de 20 a 22 de setembro, no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília.
O estudo, conduzido pelo dr Angelo em parceria com os médicos Dr. Humberto Villacorta, Dra. Diane Xavier e Dr. Gustavo Moreira, tem como tema “O Fator de Diferenciação de Crescimento 15 (GDF-15) como marcador prognóstico na fibrilação atrial: um estudo prospectivo”. Este trabalho inovador na área das arritmias cardíacas será apresentado no dia 21 de setembro, às 15h20, no auditório 11 do evento.
Segundo o Dr. Angelo, é uma honra ter o estudo selecionado entre as cinco melhores pesquisas do ano para o próximo Congresso Brasileiro de Cardiologia.
“Este trabalho apresenta um novo biomarcador, o GDF-15, relacionado à inflamação, ao envelhecimento celular e ao estresse oxidativo para pacientes com fibrilação atrial, uma doença de crescente prevalência e elevada morbimortalidade. É a primeira vez que dosamos esse biomarcador no país. Ele é medido no sangue e, dependendo do resultado, o paciente pode apresentar maior ou menor risco de ter complicações em médio e longo prazo, que costumam ser a piora da doença, internação hospitalar e mesmo mortalidade”, explica o cardiologista, ressaltando que esse marcador avalia de forma independente o risco dessas complicações.
“O paciente que apresenta níveis mais altos do GDF-15 precisará ser mais bem avaliado e acompanhado de forma criteriosa, controlando fatores de risco e doenças concomitantes. Isso acontece porque este marcador, uma vez dosado no sangue do paciente, permite avaliar aqueles que depois de um ano terão mais ou menos chance de complicações”, complementa o médico.
O Dr. Angelo explica que a fibrilação atrial vem se tornando um problema crescente de saúde pública.
“A população está envelhecendo e a fibrilação atrial é a arritmia mais comum em idosos. A presença dessa arritmia aumenta muito o risco de derrames, por exemplo, na medida em que ela é a principal causa de acidentes vasculares encefálicos. Ela também contribui para declínio cognitivo, demência, insuficiência cardíaca e outras complicações. Assim, detectar pacientes com essa arritmia é importante, e mais ainda encontrar nesses pacientes aqueles de maior risco. E este novo marcador ajuda a identificar exatamente isso, quais pacientes com fibrilação atrial estão em condição mais crítica e precisam de mais atenção”, detalha.
A fibrilação atrial (FA) é um tipo de arritmia cardíaca que afeta cerca de 2% a 4% da população mundial e se caracteriza por batimentos acelerados e irregulares, e é mais comum quanto maior for a idade da pessoa.