Doença registra mais de 17 mil novos casos por ano e possui alto índice de mortalidade. A ginecologista e obstetra Dra. Karen Morelli explica as formas de evitar o problema
Embora seja amplamente conhecido como o mês de conscientização e combate à Aids e ao HIV, o Dezembro Vermelho também tem como objetivo informar sobre a importância da prevenção contra demais ISTs, como o HPV, por exemplo. A infecção por certos tipos do vírus é responsável pelo desenvolvimento do câncer do colo do útero, o que, segundo a ginecologista e obstetra Dra. Karen Morelli acende um alerta para a necessidade de compartilhar mais informações sobre o assunto.
“A prevenção primária desse tipo de câncer está diretamente relacionada à diminuição do risco de contágio pelo HPV, cuja transmissão ocorre via relações sexuais. A utilização de preservativos, masculinos e femininos, durante o sexo, pode proteger contra a infecção, contudo, o vírus também pode ser transmitido pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal, o que demanda outras ações de prevenção”, diz Dra. Karen.
A vacinação contra o HPV é, atualmente, a medida mais eficiente contra a infecção pelos tipos de vírus responsáveis por causar o câncer do colo do útero. Os imunizantes estão disponíveis pelo SUS para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, além de todas as pessoas entre 9 e 45 anos vivendo com HIV/Aids, transplantadas de órgãos sólidos e medula óssea, ou que sejam pacientes oncológicos, imunossuprimidos por doenças ou em tratamento com drogas imunossupressoras.
Importância do diagnóstico precoce
Dra. Karen explica ainda que o câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar quaisquer sintomas em fase inicial, mas que em quadros mais avançados pode manifestar: sangramento vaginal intermitente ou após relações sexuais; secreção vaginal anormal; dor durante a relação sexual; dor abdominal; e queixas urinárias ou intestinais. “Cenário que reforça a importância da detecção precoce do tumor, possibilitando maiores chances de tratamento”.
Nesse caso, o exame Papanicolau é a principal estratégia para detectar lesões e fazer o diagnóstico precoce da doença. “A investigação deve ser feita por todas as mulheres, ou qualquer pessoa com colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos e que já tiveram atividade sexual. Para maior segurança, os primeiros exames devem ser realizados anualmente e, caso os resultados estejam normais, a recomendação é que a avaliação seja repetida a cada três anos”, orienta a ginecologista.
Quem é Dra. Karen Morelli?
Médica especialista em saúde da mulher, a Dra. Karen Morelli é formada em Ginecologia e Obstetrícia pela PUC-SP, com especialização em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. A profissional também é aprimorada em Mastologia pelo IBCC, além de especialista em Imaginologia Mamária pelo CBR e preceptora da residência médica de radiologia em imaginologia mamária no HMCP da PUC-Campinas.
Dra. Karen Morelli ainda adquiriu Fellowship em Ginecologia Regenerativa no ano de 2022 e, atualmente, cursa pós-graduação em Ginecologia Integrativa, além de atender via agendamento médico em consultório particular.