O oftalmologista Dr. Marcelo Espindola alerta para os sintomas e explica as formas de tratamento
Criado pela National Keratoconus Foundation (NKCF), o Dia Mundial do Ceratocone, celebrado anualmente em 10 de novembro, tem como objetivo conscientizar a população sobre a doença, que afeta cerca de 150 mil brasileiros todos os anos. Dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) mostram ainda que a enfermidade é responsável pela maior parte dos transplantes de córnea realizados no Brasil.
Segundo o oftalmologista Dr. Marcelo Espindola, o ceratocone é uma doença dos olhos que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular. A enfermidade, portanto, gera um afinamento e aumento na curvatura dessa parte do olho, fazendo com que a córnea deixe de ser redonda e adquira um formato de cone. “O paciente pode sentir dores de cabeça e fotofobia, além de sintomas como visão embaçada, distorcida ou borrada”.
Em fases iniciais, quando o quadro não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. “Já nos casos em que a doença evoluir, a recomendação é que os óculos sejam substituídos por lentes de contato, pois elas auxiliam em um ajuste da superfície da córnea e corrigem a deformidade causada pelo problema. Lembrando ser imprescindível que as pessoas sempre evitem esfregar ou coçar os olhos, pois esse hábito pode contribuir para o agravamento do ceratocone”, diz Dr. Marcelo.
Existem ainda outras opções de tratamento, como anéis intracorneais ou intraestromais, também usados para regularizar a curvatura da córnea, além do crosslinking, uma intervenção que busca fortalecer as moléculas de colágeno da córnea para evitar que ela continue se deformando.
Diante desse cenário, o especialista comenta que por se tratar de uma doença que não possui cura ou ações que previnam o seu aparecimento, o diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da enfermidade. “Daí a importância em manter consultas regulares com um oftalmologista, sobretudo quando houver histórico de ceratocone na família. Por se tratar de uma condição rara, o contato com o médico também será útil para a obtenção de mais informações sobre o problema”.
Quem é Dr. Marcelo Espindola?
Formado pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora (Suprema), Dr. Marcelo Espindola realizou residência médica no Hospital CEMA e Instituto CEMA – SP, além de ser membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. Espindola possui ainda especializações em Cirurgia de Catarata, Cirurgia Refrativa, Adaptação de Lentes de Contato e Ceratocone.