Desafios Pós-Pandemia e Dicas para Equilíbrio Emocional
No dia 10 de outubro, o mundo celebra o Dia Mundial da Saúde Mental, uma data que, mais do que nunca, tem grande relevância no cenário atual. O impacto da pandemia de COVID-19, aliado a fatores como o uso intenso das redes sociais, a pressão econômica, a solidão, o estresse e a violência, tem desencadeado uma crise de saúde mental em escala global. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de um bilhão de pessoas no mundo, o equivalente a uma em cada oito, sofrem de algum transtorno mental.
A mestre em psicologia Nina Castrezana explica que a pandemia, além dos desafios sanitários, trouxe à tona uma série de questões emocionais. “O isolamento social, o medo do vírus, a incerteza econômica e as mudanças radicais na rotina geraram um aumento significativo dos casos de ansiedade, depressão e Burnout. Muitas pessoas passaram a sentir uma solidão extrema, mesmo quando acompanhadas virtualmente”, comenta a especialista.
O Crescimento dos Transtornos Mentais
Desde o início da pandemia, a síndrome de Burnout, caracterizada pelo esgotamento físico e emocional ligado ao trabalho, tem se tornado um dos maiores desafios no ambiente corporativo. “A pressão por produtividade, o trabalho remoto e a constante conexão com dispositivos digitais tornaram as fronteiras entre o pessoal e o profissional cada vez mais tênues, levando muitas pessoas a atingirem níveis alarmantes de estresse e esgotamento”, afirma Nina.
Além do Burnout, a depressão e a ansiedade também apresentaram um crescimento vertiginoso. Dados da OMS indicam que os casos de depressão aumentaram em 25% desde 2020. “A pandemia agiu como um gatilho para quem já tinha predisposição a transtornos mentais, mas também trouxe novos desafios para aqueles que até então nunca haviam lidado com questões emocionais profundas”, acrescenta Nina.
A Influência das Redes Sociais
Outro fator importante que intensificou a crise de saúde mental é o uso das redes sociais. “O consumo exagerado de redes sociais pode criar uma falsa sensação de conexão e, ao mesmo tempo, alimentar a comparação social. As pessoas estão constantemente expostas a uma realidade idealizada, o que aumenta a frustração e a insatisfação pessoal”, explica a psicóloga.
Nina alerta que, em muitos casos, as redes sociais exacerbam sentimentos de inadequação e baixa autoestima, além de contribuir para o aumento da ansiedade. “É importante que as pessoas se conscientizem sobre o uso saudável das redes, evitando o consumo exagerado e buscando momentos de desconexão.”
Dicas para Melhorar a Saúde Mental
A especialista lista algumas práticas que podem ajudar a melhorar a saúde mental no dia a dia:
1. Praticar a autocompaixão
“Muitas vezes somos duros demais conosco. É importante praticar a autocompaixão e entender que é normal ter dias difíceis. Seja gentil consigo mesmo.”
2. Estabelecer limites claros
“No trabalho e nas redes sociais, estabelecer limites é fundamental. Separe tempo para se desconectar e cuidar de suas necessidades pessoais.”
3. Manter uma rotina saudável
“Uma boa noite de sono, uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos são pilares para manter a saúde mental em dia.”
4. Buscar apoio profissional
“A terapia é uma ferramenta valiosa para quem está enfrentando questões emocionais. Conversar com um psicólogo pode ajudar a lidar com esses desafios de forma mais saudável.”
5. Cultivar conexões reais
“Invista em relacionamentos genuínos. Estar próximo de amigos e familiares, mesmo que virtualmente, pode proporcionar o suporte emocional necessário para enfrentar momentos difíceis.”
6. Sempre que possível esteja em contato com a natureza.
7. evite pessoas negativas e que são tóxicas.
8. valorize os amigos e colegas de trabalho que incentivam e te ajudam a ser uma pessoa melhor
Nina Castrezana conclui com uma mensagem de esperança: “A saúde mental precisa ser priorizada, assim como cuidamos do corpo. Com conscientização e prática, é possível melhorar o bem-estar emocional e viver de forma mais equilibrada”.