Ressalta-se ainda a importância de adaptar os exercícios físicos na gestação, pois é comum a mulher perceber oscilações na disposição e tolerância à intensidade dos exercícios físicos rotineiros
A prática de atividade física é fundamental para uma gestação saudável, contribuindo tanto para a manutenção da saúde da mãe quanto do feto. A médica obstetra, com mais de 20 anos de experiência profissional, dra. Bruna Pitaluga explica que a importância da atividade física na gravidez se dá muito em razão de sua influência na angiogênese (formação de novos vasos), processo importante por oferecer o suporte necessário para a placenta, órgão altamente invasivo e que requer um ambiente adequado.
Segundo dra. Bruna, para que a angiogênese ocorra é imprescindível uma boa oxigenação e aporte nutricional e estes são garantidos pela atividade física. “Quando a mulher está em repouso não é possível fornecer os fatores indispensáveis para o processo de formação de novos vasos. Muito pelo contrário, a falta de atividade física favorece à inflamação do corpo, que é condição prejudicial à gestação”, explica.
Movimentar o corpo é benéfico à gestação também devido a seu papel na contração do músculo, tecido responsável pelo bom funcionamento do organismo, ao produzir energia, melhorar a resistência à insulina e participar do metabolismo da glicose, carboidratos e colesterol. “A prática de atividade física ajuda ainda a gestante a dormir melhor, reduz seus níveis de estresse e ansiedade e auxilia na redução dos níveis de cortisol, que podem interferir no metabolismo fetal”, afirma dra. Bruna.
Além do mais, destaca a médica obstetra, estudos apontam que bebês de mães que praticam atividades físicas têm circunferência craniana maior, ou seja, apresentam massa cerebral de potencial superior comparado a outros grupos e, consequentemente, uma maior cognição.
Nesse sentido, com o objetivo de proporcionar circunstâncias adequadas para o crescimento e desenvolvimento fetal, assim como para a saúde materna, não apenas a atividade física é recomendada, mas também o exercício físico. Este, destaca dra. Bruna, fornece melhores condições e benefícios para aquela, por ser atividade bem estruturada, com uma sequência sistematizada de movimentos do corpo.
Não obstante a recomendação da prática de exercício físico durante os noves meses de gestação, a médica obstetra salienta a necessidade de se compreender que há pontos diferentes que devem ser considerados ao longo da gravidez, de acordo com a demanda de cada mulher. “Por isso a análise do histórico clínico de cada paciente é imprescindível para determinar o tipo e a intensidade da atividade física no período gestacional”, diz.
Dra. Bruna destaca que a própria gestante pode ajudar nessa modulação da atividade física a ser praticada. Isto porque ela consegue perceber seu corpo mais ou menos cansado para a prática do exercício físico conforme a gestação avança. Por exemplo, ao longo do segundo trimestre gestacional, ela tende a se sentir bem e disposta, em razão da diminuição da gonadotrofina coriônica, da produção do lactogênio e do aumento placentário próprios desse período. Já a partir das 24ª e 28ª semanas, a sensação de cansaço aumenta, porque as funções cardiovasculares ficam sobrecarregadas com a expansão do volume do feto em decorrência de seu crescimento.
Assim, ressalta a médica obstetra, identificando os momentos de dificuldade e facilidade, tanto dos tipos de estímulos quanto da força utilizados ao se exercitar, de acordo com as sensações corporais, a gestante consegue adaptar a prática de exercícios, de maneira que ela seja benéfica à sua própria saúde e a do feto. “Para isso, é fundamental que a gestante busque um profissional capacitado que preste a assistência necessária durante a prática de exercícios físicos ao longo do período gestacional”, alerta.
Sobre Dra. Bruna Pitaluga
Formação em Medicina pela Universidade de Brasília – UnB
Residência Médica em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade de Brasília – UnB
Pós-graduação em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia – ABRAN
Especialização em Medicina Funcional pelo Instituto de Medicina Funcional – IFM, EUA
Curso em Nutrigenômica pela Universidade da Carolina do Norte – UNC, EUA