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Gastroenterite em crianças: sintomas, cuidados e prevenção

Alimentação Saúde

A gastroenterite aguda é uma inflamação que afeta o estômago e os intestinos, geralmente provocada por infecções virais, bacterianas ou parasitárias. Embora seja uma doença comum, pode ser grave em crianças pequenas, especialmente pela rápida desidratação que causa. Em todo o mundo, a doença diarreica é uma das principais causas de morte infantil, levando cerca de 525 mil crianças ao óbito a cada ano. No Brasil, os agentes virais são os principais responsáveis por esses quadros, com destaque para o rotavírus e o norovírus.

Sintomas da gastroenterite

O pediatra Claudio Ortega, de Niterói, destaca que os sintomas da gastroenterite podem surgir de forma súbita e incluem:

diarreia frequente (mais de três evacuações líquidas por dia); vômitos; febre; dor abdominal, cansaço e irritabilidade, desidratação (sinais incluem boca seca, ausência de lágrimas ao chorar e diminuição no volume da urina)

“A desidratação é uma das complicações mais graves da gastroenterite, especialmente em crianças menores de cinco anos. Por isso, os pais e cuidadores devem estar atentos a sinais como letargia, olhos fundos e pele seca”, complementa Ortega.

Principais causadores da gastroenterite

A doença pode ser causada por diferentes patógenos, mas os vírus são os principais responsáveis por surtos de gastroenterite, especialmente em ambientes fechados, como creches e escolas. As famílias virais mais comuns são a do Rotavírus, que antes da introdução da vacina, era o principal agente causador de gastroenterite grave em crianças, e a do Norovírus, que com a redução dos casos de rotavírus após a vacinação, passou a ser um dos vírus mais presentes nas infecções gastrointestinais.

Tratamento e cuidados

O tratamento da gastroenterite viral é focado na prevenção da desidratação. Abaixo o Dr. Claudio Ortega enumera algumas dicas para os pais lidarem com a doença ao longo do período de sintomas.

  1. Reidratação oral: ofereça soro de reidratação oral para repor os líquidos e eletrólitos perdidos. Ele pode ser encontrado em farmácias e deve ser administrado em pequenas quantidades, mas frequentemente.
  2. Alimentação leve: manter uma dieta com alimentos leves e fáceis de digerir, como arroz, batata, e sopas. Evitar alimentos gordurosos, açucarados ou condimentados.
  3. Amamentação: para bebês, continuar a amamentação ou oferecer fórmula infantil é essencial, pois o leite materno também ajuda na recuperação.
  4. Monitoramento: em casos de febre alta, vômitos frequentes ou sinais de desidratação grave, como urina escura ou ausência de urina por mais de seis horas, procure atendimento médico imediatamente.

Prevenção: o papel da vacina e da higiene

O pediatra destaca ainda que a melhor forma de prevenir a gastroenterite viral, especialmente a causada por rotavírus, é a vacinação. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) inclui a vacina, que deve ser aplicada em duas doses nos primeiros meses de vida da criança. “A vacinação ajudou a reduzir drasticamente as hospitalizações e mortes por rotavírus, mas é importante lembrar que ela não protege contra outros agentes, como o norovírus”, explica Ortega.

Além disso, a higiene básica desempenha um papel fundamental na prevenção de surtos. Lavar as mãos com água e sabão, especialmente antes das refeições e após o uso do banheiro, é uma das formas mais eficazes de impedir a propagação de vírus gastrointestinais. Outro ponto importante é garantir a segurança da água e dos alimentos consumidos, evitando água não tratada e alimentos crus ou mal higienizados.

Surtos de gastroenterite também são comuns em ambientes fechados, como creches, hospitais, asilos e hotéis. Isso ocorre porque o vírus se espalha facilmente em lugares onde muitas pessoas compartilham os mesmos espaços e objetos. Norovírus, em especial, é altamente contagioso e pode ser transmitido através de contato direto com pessoas infectadas, superfícies contaminadas, água ou alimentos.

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